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Autor amplamente conhecido nos meios literários e esotéricos – várias pessoas já leram A Erva do Diabo e outros livros da extensa obra de Carlos Aranha Castañeda – este homem cuja vida pessoal foi tornada propositalmente um enigma.
Dizem que nada é por acaso. Todos temos uma trajetória com um propósito, que pode vir a ser cumprido ou não. Colaboram para a sua realização os acontecimentos de nossas vidas, boas ou ruins. Não foi diferente com este brasileiro nascido no interior de São Paulo, por volta de 1935, filho de um rapaz de 17 anos e de uma moça de 15, nascido após um breve caso amoroso. Devido à diferença de condição social dos pais e da moral da época, nunca foi aceito oficialmente pela família do pai, que hoje sabemos ser um dos irmãos do político, ex-ministro e diplomata Oswaldo Aranha, que teve papel fundamental na vida brasileira nas décadas de 30 a 50. Não se conseguiu precisar o verdadeiro pai do autor, podendo ser o poeta modernista Luís Aranha. Este foi um fato marcante na vida de Castañeda, cuja mágoa carregaria por muito tempo. Após a morte da mãe aos seis anos, foi criado pelos avós maternos num sítio em Mairiporã, cidade rural da Grande São Paulo.
Aos quinze anos foi mandado para uma escola na Argentina – a intervenção de seu tio foi decisiva para que pudesse estudar em uma boa escola, chamada Nicolas Avellaneda. Por causa de seu comportamento rebelde, Castañeda consegue que seja enviado para um lar adotivo em Los Angeles, em 1951. Depois de se formar na Hollywood High School e Artes em Milão voltou para os EUA e matriculou-se no curso de Psicologia Social da UCLA, escolha que seria alterada ao mudar o curso para Antropologia.
Seu encontro com Juan Matus, o Don Juan do livro A Erva do Diabo, se deu por causa de sua incursão na Antropologia. Tendo lido Timothy Leary e Weston La Barre a respeito de ervas alucinógenas, se interessou especialmente pelo peyote, indo parar em Sonora, no Arizona, a fim de coletar dados para uma dissertação de mestrado. Indicado por um colega de faculdade a Don Juan, apresentou-se a ele como um especialista em peyote, afirmando que seria interessante que ele lhe desse uma entrevista. Don Juan percebeu a mentira e a devolveu com um olhar que desconcertou Castañeda.
O encontro entre Castañeda e Don Juan é relatado no livro A Erva do Diabo, em que o xamã utiliza as plantas de poder, isto é, plantas com substâncias alucinógenas, para induzir seu novo aprendiz a um estado alterado de consciência. Deve-se esclarecer que o autor jamais fez uma apologia das drogas. Em uma entrevista dada por ele à revista Psicology Today, as plantas foram utilizadas apenas no início deste processo, pois Don Juan percebeu que seria preciso fazer com que seu discípulo rompesse com seus padrões mentais limitados e racionais. Ao final deste processo, o autor ficou extremamente desgastado e demorou a se recuperar. Depois desta primeira fase, as plantas de poder não foram necessárias.
O real objetivo era fazer com que o discípulo aprendesse a atingir estados alterados de consciência por sua própria vontade. Em outras fases de seu aprendizado, isto é, conseguido de outras maneiras. O último livro de Castañeda, Passes Mágicos, propõe uma série de exercícios que ajudariam neste sentido.
A Erva do Diabo, além de relatar o encontro entre Castañeda e seu mestre, tem o objetivo de descrever como se estrutura o xamanismo tolteca, tradição espiritual a qual Juan Matus pertencia. Como o objetivo inicial de Castañeda era uma tese de Doutorado – ele oi professor universitário – a segunda parte do livro trata de aspectos mais acadêmicos.
Em seus outros livros, o autor vai descrevendo os ensinamentos recebidos em vários outros encontros com seu mestre, em que se aperfeiçoou no caminho espiritual, deixando de ser apenas um estudioso acadêmico. Don Juan também teve outros discípulos, com obras menos importantes sobre o assunto. Os ensinamentos têm o objetivo de uma expansão da consciência, ultrapassando os limites de nossos cinco sentidos e partindo para o que vários outros místicos buscaram – um contato com uma dimensão na qual superamos nossas limitações humanas – que Don Juan denomina como Nagual. Nesta realidade, atingida após uma grande dedicação do discípulo, entra-se em um estado mental considerado o “verdadeiro despertar” do ser humano, para o qual todos fomos criados, mas que muito poucos alcançam, em que se enxerga o mundo como ele realmente é e não como o julgamos. Por isto, o caminho espiritual é considerado extremamente solitário. O que você acha?