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Helena Blavatsky e a Sociedade Teosófica

       Helena Petrovna Blavatsky, fundadora da Sociedade Teosófica, grupo que foi um dos precursores do que conhecemos hoje como Esoterismo, era uma mulher bastante incomum para a sua época. Sua mãe e sua avó foram vanguardistas, defensoras do voto feminino. A mãe, que morreu aos vinte e cinco anos, foi uma das primeiras mulheres escritoras da Rússia.

       A família de Blavatsky – que nasceu Helena Hahn, em 12 de agosto de 1831, de origem alemã – pertencia à nobreza russa há várias gerações, tendo relações de parentesco com a família real daquele país. Aos dezessete anos, casou-se com o general Nicéforo Blavatsky que beirava os setenta anos. Diz-se deste casamento que foi consumado e Blavatsky, após algumas tentativas fracassadas, conseguiu fugir quando tinha três meses de casada. De qualquer forma, conservou o nome do primeiro marido até a morte.

       De início refugiou-se na casa da família, mas temendo ser mandada de volta ao marido, dirigiu-se ao porto de Odessa no Mar Negro onde tomou um veleiro inglês para Constantinopla, na Turquia. Este foi o início de uma série quase interminável de viagens que a levaram a lugares inusitados como Canadá, Egito, Índia, Estados Unidos, Birmânia, Java e outros. Na Itália, juntou-se aos revolucionários de Garibaldi, sendo gravemente ferida. Em vários dos lugares por onde passou, recebeu treinamento espiritual o entrou em contato com seitas, doutrinas e filosofias de vários tipos até que, em 1867, consegue penetrar no Tibet onde fica por dois anos passando por aperfeiçoamento espiritual em vários mosteiros.

       Seu primeiro encontro com um dos mestres, mais precisamente El Morya – que foi um príncipe oriental – aconteceu em 1851. Encontraram-se fisicamente pela primeira vez em Londres, pois Helena já o tinha visto inúmeras vezes em sonhos e visões. Em seu encontro, Morya explicou-lhe a natureza de sua missão e as dificuldades que teria para coloca-la em prática.

       Um dos principais objetivos ditados por Morya à Helena Blavatsky foi a criação de uma sociedade com objetivos espiritualista. O outro, foi sua surpreendente obra literária, extremamente complexa e profunda na qual, entre outros prodígios, lançou o que seriam as bases do que hoje conhecemos como Esoterismo. Livros como Ísis Desvelada, A Doutrina Secreta, A Doutrina Oculta, Sabedoria Eterna, nos trouxeram um novo conhecimento sobre as doutrinas orientais, a criação e evolução humanas assim como a divulgação da existência dos Mestres da Fraternidade Branca, responsáveis pelo Governo Oculto do Mundo e orientadores espirituais de vários grupos ocultistas que até então mantinham sua existência em segredo.

       Depois de retornar de sua viagem ao Tibet, Blavatsky se estabeleceu nos EUA onde fundou a Sociedade Teosófica cujo objetivo inicial seria estudar os fenômenos espirituais em geral, mas que depois criou um método de estudos ocultista e se tornou divulgadora da obra de sua fundadora. Posteriormente, a sede da sociedade se transferiu para a Índia, onde adquiriu um grande número de adeptos. A sociedade existe até hoje, adquirindo seus primeiros adeptos no Brasil entre os médicos homeopatas, ainda no século XIX.

       Por seu caráter inovador e revolucionário, como pessoa, mulher e iniciada, Helena Petrovna Blavatsky merece ser classificada como um dos grandes gênios da Humanidade.