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O Carnaval de hoje deriva de remotos festivais da fertilidade e da colheita que os povos antigos costumavam celebrar em agradecimento aos deuses pelo sucesso do trabalho nos campos.
Após a Idade do Gelo, os homens puderam sair das cavernas e já estavam livres dos grandes predadores selvagens, que foram extintos em sua maioria e puderam, portanto, se dedicar à agricultura, deixando para trás um período de medo constante e vivendo dias mais prósperos. Nestes festivais de abundância, tudo o que tivesse sobrado da colheita e da caça era dividido igualmente, a comida e a bebida eram consumidas até que terminassem, a fim de garantir a igualdade entre todos os membros de uma tribo, pois ninguém possuiria mais do que o outro. Tais festas, em que havia muitos cantos, danças e folguedos, as liberdades sexuais que não eram permitidas em outras épocas do ano, tornavam-se quase absolutas.
Caso extremo deste é de irmãos siameses ou xifópagos que nascem unidos. Fatalmente nascem no mesmo minuto e, se não forem separados, viverão as mesmas situações o resto de suas vidas.
Quando se criaram meios de algumas pessoas se apropriarem dos excedentes das colheitas, as sociedades passaram a se dividir em classes sociais. A partir daí nas festas carnavalescas passaram a incorporar também a crítica social, as paródias aos poderosos e a inversão de papéis ? escravos podiam mandar em seus senhores, criticá-los e dizer-lhes o que quisessem, por exemplo eram eleitos reis ou rainhas “para rir” entre os elementos mais simples do povo. Na Babilônia, as festas duravam cinco dias e um escravo era eleito rei dos festejos e sacrificado ao final da celebração.
A partir do século VII a.C., encontramos estas festividades em Roma, Grécia e grandes centros culturais da época. As festividades do deus Dionísio (ou Baco) eram carnavalescas por excelência, funcionando como válvulas de escape de uma sociedade organizada em rígidas hierarquias, aonde não havia possibilidade de mudanças. Bebidas, sexo, orgias se incorporavam em definitivo às festas, junto com a crítica social e de costumes. O culto de Dioniso na Grécia também deu origem ao teatro. Nas procissões em homenagem ao deus desfilavam carros alegóricos, muitas vezes em forma de barcos, puxados por pessoas fantasiadas de sátiros (seres meio homens, meio bodes) com homens e mulheres nus em seu interior.
Na Roma antiga havia as Saturnálias, celebrações ao deus romano Saturno, da abundância e prosperidade. Saturno pregava a igualdade entre os homens e diz a lenda que ensinou a agricultura aos romanos. Saturno chegava junto com o calor da primavera; durante suas festas os tribunais e as escolas não funcionavam e os escravos tomavam o lugar dos senhores, cantando e se divertindo em grande desordem.
O Carnaval no período cristão se inicia em VI d.C. quando a Igreja oficializa seus festejos no calendário da época, terminando por volta do século XVIII, quando esta festividade entra em declínio na Europa.
As principais cidades aonde a festa acontecia eram Nice, Roma e Veneza, sendo que algumas referências do Carnaval veneziano persistem até hoje, como as fantasias, os mascarados e os carros alegóricos. Também eram comuns as competições como corridas a pé, lutas e corridas a cavalo. Na Idade Média, a maioria das festas, mesmo com a forte intervenção da igreja, acabavam adquirindo um caráter cômico. A “Festa dos Tolos”, “Festa do Asno” e “Riso Pascal” são alguns exemplos. Nestas festas havia a exibição de anões, gigantes, grandes cortejos públicos e espetáculos de caráter circense. Os bobos e bufões eram presença constante nas festas da corte e nas mais populares, sendo os rituais sérios geralmente acompanhados de uma paródia, pois nas manifestações populares, o riso e o choro têm igual peso e importância.
Os festejos populares eram tolerados pela Igreja porque não puderam ser eliminados dos hábitos do povo, portanto, a Igreja adaptou seu calendário as festas profanas, adaptando-as aos seus santos católicos, e tentando mudar o seu sentido para conseguir “cristianizar” o Paganismo.
A partir do século XVIII, a divisão entre a Cultura Popular e a Cultura Erudita se torna cada vez maior, coincidentemente, e a época em que o Carnaval entra em decadência na Europa vem pouco antes de sua introdução no Brasil.
Com a imigração para o Brasil de portugueses das ilhas da Madeira, Açores e Cabo Verde, surge em nossas terras o Entrudo (que vem do latim entrada) em que a brincadeira consistia nos foliões jogarem água uns nos outros. Em 1840 ocorreu o primeiro baile de Carnaval, com foliões fantasiados. Consta que em 1846 aconteceu o primeiro baile de máscaras com a introdução da polca no Brasil. O samba e a tradição negra no Carnaval vão trazer suas influências lentamente, em especial a partir do início do século XX.
Data de 1852 o Zé Pereira, conjunto de bumbos e tambores liderado pelo sapateiro José Nogueira de Azevedo Paredes, que percorria o Rio de Janeiro animando o Carnaval. Em 1855 os primeiros clubes carnavalescos, chamados de Grandes Sociedades se reuniam não apenas para os festejos de fevereiro, mas para as comemorações cívicas em geral. Deram origem à organização do Carnaval atual.
No início do século surgiram os cordões e as primeiras Escolas de Samba. Os desfiles ocorriam de maneira espontânea como tudo no Carnaval popular de então. A primeira escola foi fundada em 1928 no Estácio com o nome de Deixa Falar.
Apenas em 1963 foram construídas as primeiras arquibancadas para se assistir ao desfile das Escolas de Samba no Rio de Janeiro; na Avenida Presidente Vargas, com venda de ingressos ao público.
As primeiras informações sobre o Carnaval paulista são de 1857, em que o grupo Carnavalesco Os Zuavos, saiu pelas ruas do bairro da Liberdade pedindo o fim da escravidão. O primeiro samba gravado em São Paulo, chamava-se “Isto é Bom”, de Xisto Bahia, interpretado por Manuel Pedro dos Santos, conhecido como Baiano.
Podemos dizer que, no geral, os estudiosos têm divergências com relação à origem desta palavra. Para alguns, ela significa CARRUM NAVALIS, do latim, uma referência aos carros alegóricos da Antiguidade, em forma de barcos. Outros acreditam que o termo carne levale, “tirar a carne” nos dialetos italianos, pois acontece antes da Quaresma, período em que os católicos deveriam não comer carne. Segundo Bakhtin, a palavra carnaval viria de Kane ou Karth “lugar santo” e Val ou Wal, morto, palavra ligada a uma procissão de almas errantes do purgatório, que saia no Dia de Ano Novo, na Idade Média.