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O Exorcismo: antigo ritual praticado até hoje

       Desde que existem as religiões monoteístas, (que acreditam em um só Deus) também chamadas de religiões do livro, por serem as três - Judaísmo, Islamismo e Cristianismo, baseadas em seus livros sagrados – que se acredita mais seriamente na existência do mal, sendo seu principal representante o ex-anjo caído Lúcifer que teria desafiado a Deus e sido precipitado aos Infernos.

       Estas religiões acreditam que o mundo espiritual é dividido em Bem e Mal e no conflito incessante entre estas duas forças a fim de tomar posse dos seres humanos. Dentro disso, o papel dos sacerdotes de tais religiões seria o de preservar os seus fiéis longe do Mal e perto de Deus o máximo possível.

       As culturas antigas também acreditavam na existência do Mal, se bem que de forma menos radical que as religiões monoteístas. Calamidades naturais ou doenças podiam ser atribuídas aos demônios, recorrendo-se a algum esconjuro ou exorcismo para afastá-lo. Na Bíblia existem vários relatos de exorcismos e curas, tendo o próprio Jesus se dedicado à sua prática diversas vezes.

       A Igreja Católica, durante a Idade Média, se dedicou à caça aos demônios, que é como ela denomina os seres malignos que viriam a corromper a Humanidade. Criou o chamado ritual de exorcismo, um longo e complexo cerimonial que só poderia ser realizado por seus sacerdotes.

       Com o passar do tempo e a modernização dos costumes, boa parte do que até então se conhecia como possessão demoníaca passou a ser associado aos distúrbios psíquicos, o que fez com que esta prática fosse quase deixada de lado. Atualmente, após ter sido acusada de perseguir e matar pessoas consideradas possuídas, hereges ou bruxas, a Igreja se mantém bastante reticente com relação a este assunto. Mesmo assim, em alguns casos raros, consegue-se obter o reconhecimento oficial da autoridade católica quanto à perturbação espiritual, caso em que se pode recorrer aos padres exorcistas – que são difíceis de achar e não gostam de se expor – a fim de se realizar o longo e penoso ritual que inclui aspersão de água benta, rezas, conjurações, cânticos, recitação de salmos, entre outras práticas.

       O que se encontra mais comumente são os casos de perturbação espiritual, realizada por espíritos desencarnados que se encontram em desequilíbrio ou induzidos a prejudicar alguém através de atos de magia maléficas. Nos casos de possessão autênticas, além do habitual desequilíbrio emocional e psíquico a pessoa possuída se expressa às vezes com uma voz gutural, quase animalesca, que não parece ser sua. Ocorre também a levitação e a movimentação de objetos.

       Este é um tema que exerce um certo fascínio nas pessoas, vindo a ser explorado com sucesso em produções de cinema. O já clássico filme O Exorcista – baseado em um caso real, acontecido em 1949 com um garoto americano de 14 anos, cujo nome é mantido em sigilo, no estado de Maryland. No filme, a personagem central é a menina Reagan, que é examinada por vários psiquiatras sem resultado até que passa a ser tratada por um padre exorcista e seu assistente, em algumas das mais impressionantes cenas de terror da história do cinema.

       Outro filme nesta temática que liderou bilheterias é “O Exorcismo de Emily Rose”, baseado em outro caso verídico de uma jovem alemã que morreu na década de 70. Os pais e o padre responsável pelo exorcismo foram acusados de negligência pela morte da jovem universitária de 19 anos, pois se recusava a se alimentar. Este caso, além de também ter sido reconhecido como possessão oficialmente pela Igreja, assim como o menino de Maryland, tiveram suas sessões de exorcismo documentadas em fitas gravadas, o que tornam os casos mais impressionantes. Vale a pena conferir.

Myikhaella